"Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados". (Atos 3:19).
Poema: O calígrafo Escrevo o solido. Não o solido palpável (com a epiderme fácil de se tocar, ou, aquele solido que é até bonito de enxergar de longe — devido a grande multidão que ele atrai). Nada disso. Discorro sobre aquele solido, muito parecido com o concreto. Nessa minha invenção, às vezes, inalcançável: não há nela só uma mulher de salto alto, perfumada, maquiada... Nessa minha criação incompreensível, invento aquele homem de terno e gravata. Ele: mente; empurra com a barriga e; às vezes, massacra quem trabalha com tanta fé, e, não tem o que ele tem, nessa vida: naquele seu emprego, onde, o salário, é vitalício. Sim. Escrevo o solido. Não é mentira. Escrevo o solido, que, tão quão difícil alguém entrar e entender minha questão que, sei, fica tão desconhecida a minha invenção. Afinal, o que é isso? Sim. É tudo aquilo que não é lido, mas é vivido. Autor: Denis Santos (Guarapuava – PR).